Os sintomas podem ocorrer durante o tratamento ou até mesmo vários anos após seu término
Tratamentos quimioterápicos podem ocasionar efeitos colaterais em vários sistemas do nosso organismo e o sistema nervoso também não fica isento de sofrer alterações. O Cérebro da Quimio ("Chemo Brain") é o termo usado frequentemente para descrever alterações mentais cada vez mais relatadas entre pacientes em tratamento ou aqueles que já se encontram na fase pós-tratamento. Os sintomas podem ocorrer durante a quimioterapia ou até mesmo vários anos após o término do tratamento.
Neste quadro, pode ocorrer prejuízo da capacidade de concentração e da memória de curto prazo, levando a situações de desatenção e esquecimentos. Dentre as possíveis causas, a quimioterapia pode reduzir o metabolismo e o crescimento celular nas áreas cerebrais ligadas ao aprendizado e memória, como o hipocampo.
Além disso, a sobrecarga emocional e física associada ao câncer pode contribuir para as alterações neurológicas. O quadro pode durar meses e até anos, mas algumas ações podem auxiliar na recuperação.
A equipe assistente deve avaliar se há transtornos psiquiátricos (como ansiedade e depressão), que são muito comuns em pacientes oncológicos e que podem ter sintomas mentais semelhantes ao do "Cérebro da Quimio".
Caso diagnosticados, esses transtornos devem receber atenção psiquiátrica especializada. A deficiência de algumas vitaminas e o hipotireoidismo também devem ser excluídos através da realização de exames laboratoriais.
Os pacientes que sofrem alterações mentais pela quimioterapia devem ter apoio de seus familiares e de uma equipe multidisciplinar. Esse tema precisa ser abordado com respeito e paciência. Sentir-se acolhido pode diminuir as frustrações do paciente diante das alterações mentais. Fazer lembretes e anotar compromissos são ações que podem minimizar os esquecimentos.
Dieta equilibrada, rica em antioxidantes (presentes principalmente em vegetais frescos), prática adequada de atividades físicas e uma boa rotina de sono são outros exemplos de medidas importantes.
Além do oncologista, profissionais envolvidos na abordagem destas alterações mentais podem incluir psicólogos, psiquiatras e neurologistas, tudo com o objetivo de proporcionar a melhor qualidade de vida para o paciente oncológico.
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